A presidenta da Agência Brasileira de Fundos Garantidores e Garantias S/A (Abgf), Maíra Madrid, apresentou, nesta quarta-feira (09/10), durante o durante Fórum Econômico Empresarial Brasil-Itália, realizado em São Paulo, as opções de negócios da companhia para impulsionar as exportações, a exemplo do seguro de crédito à exportação operado pela estatal.

O evento contou também com a presença do do diretor de Garantias da estatal, Luiz Eduardo N. Legaspe, que participou da mesa setorial de Infraestrutura, Energia e Biocombustíveis.

“A gente acha que é realmente uma agência que de fato consegue impulsionar as exportações brasileiras, que, no caso, podem ter conteúdo italiano e vice-versa, e também empresas italianas que operam no Brasil conseguem se aproveitar desse mecanismo importante impulsionador das exportações brasileiras”, afirmou.

Maíra ressaltou o fator institucional do governo brasileiro de tratar o comércio exterior como política pública ao explicar que a Abgf oferta a garantia ao banco financiador, mitigando o risco bancário e, com isso, viabilizando as exportações brasileiras e atuando em uma lacuna do mercado, onde as seguradoras privadas, não possuem apetite, especialmente nas operações de longo prazo.

Hoje, a Abgf é a responsável por aprovar as operações, manter e gerir o portfólio do seguro de exportação. “Para vocês terem uma ideia de números, hoje o seguro de exportação brasileiro tem em torno de 5 bilhões de dólares em exposição”, disse ao destacar que a companhia segue as diretrizes da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Camex), coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Indústria e Comércio (Mdic), apoiando a estruturação do seguro e operando o Fundo Garantidor de Exportação (FGE).

O FGE é um fundo contábil da União, que hoje possui cerca de R$ 48 bilhões voltado para esse tipo de operação. “É um grande potencial que a gente tem para explorar e beneficiar as exportações brasileiras”. Vale destacar que, após sair do Programa Nacional de Desestabilização (PND), em 2023, a Abgf quase dobrou a aprovação anual das operações de crédito à exportação. “Esse ano, por exemplo, já aprovamos 1,7 bilhão de dólares em operações, 20% a mais do que o ano passado e, gradualmente, estamos expandindo a nossa exposição. Entre 2013 e 2018, a média era cerca de 4 bilhões de dólares”, acrescentou.

Em 2024, a Abgf está passando por reestruturações internas, conversas com o mercado e bancos para ampliar a atuação da agência. O trabalho vem sendo feito no sentido de diversificar os destinos das exportações e dos setores de negócios que podem se valer do seguro de crédito operado pela empresa.  “O que a ABGF deseja é trazer outros players, outros atores para esse apoio, então, no setor de transporte, mobilizar novamente os setores de infraestrutura e tantos outros setores que conseguem se beneficiar dessa política”.